Era uma vez um
menino que ouviu um velho falar. E assim começou a descobrir O Presente
Precioso.
- É um presente,
porque é uma dádiva. É precioso porque aquele que recebe um presente assim é
feliz para sempre.
O menino! Tudo
sabia de presentes, mas a alegria dos brinquedos, nunca dura para sempre. E o
menino se sentia inquieto. – O que é então o Presente Precioso? O que pode me
fazer feliz para sempre? Era difícil até a resposta e o menino foi ao velho
indagar:
- O Presente
Precioso é um anel mágico? Ponho no dedo e faço os meus sonhos serem verdade?
-Não
-O Presente
Precioso é um tapete voador?
- Não
- O Presente
Precioso é um tesouro escondido?
- Não, meu rapaz-
agora já não era mais um menino– disse-lhe o velho. Você já conhece o Presente
Precioso. Você já sabe onde encontrá-lo. E já sabe como pode fazê-lo feliz. E
conheceu melhor quando era menino. Apenas esqueceu.
- Mas onde
encontrar este presente precioso? Perguntou o rapaz ao velho.
- Só você tem o
Presente Precioso. O Presente Precioso não é uma coisa que alguém lhe dar. É um
presente que você dá a si mesmo.
E o menino foi
procurar o presente precioso: nos livros, jornais, espelho, nos rostos das
outras pessoas, nas montanhas e flores. Queria tanto descobrir o Presente
Precioso que tudo fizera em sua busca.
Mas tudo fora em
vão.
O homem voltou
cansado para o lado do velho. O velho ficou feliz e riram muito juntos. O homem
gostava da companhia do velho e sentia-se feliz na sua presença. E pensou que
isso acontecia porque o velho era feliz consigo mesmo. Não que a vida do velho
fosse livre de problemas. Ele não parecia ter muito dinheiro e estava sozinho
quase sempre. Não havia mesmo motivo aparente para que ele fosse mais feliz e
mais saudável que a maioria das pessoas. Mas feliz ele era, e também fazia
feliz aos outros que ao seu lado ficavam.
Mas o velho estava
muito velho e morreu.
O homem estava
sozinho em busca da felicidade e foi então que lembrou as palavras do velho. O
Presente nada tem a ver com os sonhos… quando tiver o Presente, você se sentirá
contente de estar onde está… o valor do Presente só provém de si mesmo… o
Presente não é uma coisa que alguém lhe dê… É um presente que você dá a si
mesmo…
Foi nesse momento
que o homem compreendeu tudo.
Presente Precioso
era apenas isso: O PRESENTE. Não o passado, nem o futuro, mas o PRESENTE
PRECIOSO.
E em um instante, o
homem foi feliz! Compreendeu que estava no Presente Precioso.
Estava alegre… por
um momento… Mas depois, tão depressa quanto descobrira, deixou a alegria do
momento se evaporar. E devagar baixou as mãos, tocou a testa, franziu o rosto.
O homem estava infeliz novamente.
Por que não percebi
antes o óbvio há tanto tempo? Por que perdi tantos lugares, pessoas, momentos
preciosos?
Sentiu-se culpado,
infeliz e percebeu que sua infelicidade estava no passado.
E quando se deu
conta de sua felicidade e que estava no passado, ele voltou ao momento
presente. E foi feliz. Mas depois o homem começou a se preocupar com o futuro.
Poderei conhecer a
alegria de viver no Presente Precioso amanhã? Mas logo entendeu que estava
vivendo o futuro e riu de si mesmo como o velho costumava sorrir.
O passado serve
para eu aprender com ele.
Mas, não é bom
estar no passado, pois assim perco o meu eu. É bom pensar sobre o futuro e
preparar-se para ele. Mas isto é tão simples, mas sei que não é tão fácil.
Aprender a estar no
Presente é um processo que temos de viver muitas vezes, até tornarmos parte
dele.
Sei que algumas
pessoas escolhem receber o Presente Precioso quando são jovens. Outras na meia
idade e alguns quando estão muito velhos. E há pessoas que nunca o fazem. Posso
escolher receber o Presente Precioso sempre que eu quiser.
E ali sentado, a
pensar, o homem sentiu-se afortunado. Era quem ele era onde estava. E agora ele
sabia!
Seria sempre quem
ele era onde ele estava. Ele escutou outra vez os seus pensamentos.
O Presente é o que
é. E é valioso. Mesmo que eu não saiba porquê, já é justamente como deveria
ser. Quando eu vejo o presente, aceito o presente e experimento e presente.
Estou bem e estou feliz!
Era como se ele
pudesse ouvir o velho falando. E o homem sorriu. E o sorriso aumentou. E ele
riu. Sentiu uma imensa alegria. Sabia que estava escutando, não ao velho…mas a
si mesmo! Era bom estar consigo mesmo – apenas do jeito como era. Ele sentiu
que sabia bastante. Sentiu que tinha bastante. Sentiu que era bastante.
Agora, ele
encontrara finalmente O Presente Precioso, e estava completamente feliz!
Várias décadas
depois… o homem se tornara um velho feliz, próspero e saudável. E um dia uma
menina foi falar com ele. Ela gostava de ouvir o velho quando a chamava. Era
uma companhia divertida. Havia alguma coisa especial no velho. Mas ela não
sabia o que era. E um dia a menina começou a escutar o velho de verdade. Sentiu
algo importante em sua voz serena. Ele parecia muito feliz. A menina não podia
entender por que.
- Como alguém tão
velho, pode ser tão feliz? - ela perguntou e o velho explicou porque. E de
repente a menina deu um salto e gritou com grande alegria! Enquanto ela saía
para brincar, o velho sorriu. Pois ouviu o que ela disse…
- Puxa! – exclamou
a menina – Espero que algum dia alguém me dê…
Dr. Spencer Jonhson
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